O Lorax e sua Mensagem Atemporal

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29 de janeiro de 2019

   Nesta postagem, pensei inicialmente em colocar a história de Theodor Seuss Geisel, escritor dos EUA, que ficou famoso escrevendo livros infantis que também dialogavam com adultos. Contudo, com o acontecimento triste que ocorreu essa semana em Brumadinho, venho adiantar uma de suas obras. Estou falando de “O Lorax”, livro publicado em 1971.
   “O Lorax” é uma fábula que fala sobre ambientalismo, tendo seu enredo focado em explorar a ganância de grandes corporações que visam apenas o lucro, deixando de lado todo e qualquer cuidado com a natureza.

ENREDO

   Na estória, acompanhamos inicialmente o passado do senhor “Uma Vez-Ido”, quando uma criança vai visitá-lo, em um mundo todo poluído. Ele começa então a contar que as coisas ficaram daquele jeito por causa da ideia que teve no passado. Então, vemos o jovem Uma Vez-Ido (que não tem aparência. Ele pode ser qualquer um. Pode ser eu ou até mesmo você), que chega em uma campina limpa e brilhante, cheia de vida, com peixes, ursos e pássaros, coberta de árvores chamadas “Trúfulas”. Em sua ganância, Uma Vez-Ido corta uma das árvores para pegar  suas folhas. É a partir daí que surge “O Lorax”, um ser que tenta a todo custo proteger a natureza. Sua fala mais famosa é “eu falo pelas árvores”. 
Capa da edição brasileira
   O Lorax então pede para que o Uma Vez-Ido pare com isso. Porém, ele não para, e começa a arrancar mais e mais árvores, para criar um produto chamado “thneed”, que basicamente servia para tudo. A narrativa acompanha o pobre Lorax tentando a todo custo avisar à aquela pessoa que aquilo iria acabar com tudo. Mais uma vez, é ignorado. Então, os ursos e os pássaros começam a ir embora, porque já não têm mais lugar para morar.  A cena mais triste descrita é a dos peixes deixando o lago, e indo andar na terra porque já não havia mais como suportar a poluição. 
   Quando então a última árvore é cortada, Uma Vez-Ido, falido, sem nada, percebe que fez besteira. Ficam apenas ele e o Lorax no lugar. O Lorax olha triste para ele, e sai voando, sem destino, deixando-o sozinho. 
   A narrativa então volta ao presente e o Uma Vez-Ido mais velho entrega a última semente de trúfula à criança, falando que se ela a plantar, talvez as coisas possam melhorar. E a estória termina assim, com um final aberto.
   
ADAPTAÇÕES
“Eu falo pelas árvores”
   “O Lorax” teve duas adaptações, sendo a primeira um especial para TV em 1973, com duração de 25 minutos, sendo a adaptação mais fiel ao livro, mantendo a mensagem original. A animação é emocionante, e termina com um ar de mistério sobre o futuro.
   Outra adaptação foi lançada em 2012, pela “Illumination Entertainment”. Essa versão estende muito a obra original e acaba sendo repleta de clichês e com momentos que deturpam a estória. Infelizmente, esse filme não faz jus à obra original do Dr. Seuss, sendo cínico em sua existência. Ironicamente, uma empresa corporativista fez esse filme. 

Recomendo assistir as duas adaptações, mesmo com os problemas daquela, feita em 2012, até mesmo para efeito de comparação.

Espero que, com essa estória, e com o acontecimento trágico de Brumadinho, nossas concepções de como o mundo anda, em relação à natureza, mude. 

Vamos Conversar?