De pés descalços no chão rubro, o menino dança.
No meio da roda, cercado pelo ritualismo e festividade, ele canta.
Pula, gesticula e transforma em som o movimento dos pés
que marcam o ritmo e a cultura daquele povo.
O capital cultural do pequeno se funde com o compasso das batidas dos pés no chão.
Tudo muito meritório, mas o gosto pelo movimentar-se está lá presente,
estampado nas faces, festivas como as estampas dos tecidos
que aos poucos são seduzidos pela dança e pela poeira que sobe.
E cresce, e atravessa gerações.
E como será que aquela criança vê esse mundo que a cerca?
Concepções de infância de um lado contra o real mundo que a criança vive.
E como é diferente o mundo desta que nos rouba toda atenção.
E se impõe, se projeta, por meio da música. E atravessa o outro…
A música e seu poder de universalização.
Mas com qual infância temos convívio? Com qual infância queremos falar?
No centro, entram pessoas mais velhas acompanhando o menino,
atrás outra criança ainda menor começa a cantar e
a bater os pés na terra para encontrar a batida daquele canto.
Porventura seja ela a criança que estará no centro da próxima
roda de cantos, comemorações e estampas.
Criança africana dançando (Fonte: You Tube)
Vamos Conversar?