16 de março de 2017
No momento poesia de hoje, vamos conhecer um poema da obra de Olavo Bilac – A borboleta.
Veremos também, a arte de Salvador Dali, referindo-se às borboletas. E como não podíamos deixar de lado a música, a nossa trilha sonora será com o grupo Ponto de Partida e os Meninos de Araçuaí, no álbum “Pra Nhá Terra”.
Foto de Salvado Dali – http://thayapereira.blogspot.com.br/2011/03/as-borboletas-salvador-dali.html |
Poema: A borboleta
Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.
Tonta, nas mãos da criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
Borboletas gigantes Salvador Dali |
E treme, e respira a custo.
Contente, o menino grita:
“É a primeira que apanho,
Mamãe! vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!
Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala”.
Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: “Que mal te fazia,
Meu filho, esse animalzinho,
Que livre e alegre vivia?
Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê como treme assustada . . .
Vê como treme de medo . . .
Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?”
Pensa Alfredo . . . E, de repente,
Solta a borboleta… E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.
“Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima cresceste
De tua mãe adorada . . .
Que cada um cumpra sua sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida!”
Vamos Conversar?