1 de setembro de 2018
Nossa história de hoje é, na verdade, um poema, aliás, são dois poemas. O primeiro poema/história se chama “A avó”, escrito por Olavo Bilac. O segundo é o poema A avó e o meninó, digo, “A avó e o menino” escrito por Cecília Meireles. Será que o Olavo é o menino do poema da Cecília? Será que a avó do Olavo é na verdade a avó da Cecília? Talvez eles estão falando da própria avó, da avó do vizinho ou será que é da nossa vó? Confira!
Foto do blog: http://cecilimeireles322.blogspot.com/2010/05/avo-do-menino.html |
A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha!…
Teve tantos desenganos !
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.
Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.
Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala …
Entram rindo e papagueiando :
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando …
A velha acorda sorrindo.
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.
Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos doirados.
Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita :
“Ó vovó ! conte uma história!
Conte uma história bonita!”
Então, com frases pausadas,
Conta histórias de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas …
E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
– Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem …
Vamos Conversar?