Quem não gosta de ouvir uma boa história? Pois bem, se você é um grande ouvidor, digo leitor de histórias, teremos nosso momento “Era uma vez”. Vamos começar com um conto francês de La Fontaine, que relata a história de um cavalo que se achava esperto.Veremos também a versão brasileira feita por Monteiro Lobato.
O Asno e o cavalo – La Fontaine
Um asno, de passo tardo, mal podendo suportar o pesadíssimo fardo que tinha de carregar, pediu ao Cavalo: – Amigo, podes dividir comigo a carga que mal suporto? Se assim continuar, muito em breve estarei morto. O Cavalo respondeu: – Com isso pouco me importo. Sem demora, o Asno morreu. Então o dono dos dois transferiu para o Cavalo todos os sacos de arroz. E foi assim que um esperto acabou bancando o otário e pagou um alto preço porque não foi solidário.
O Burro e o Cavalo – Monteiro Lobato
O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo contente da vida, folgando com uma carga de quatro arrobas apenas, e o burro — coitado! Gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e disse:
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
— Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo
O burro gemeu:
— Egoísta, Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha.
O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.
Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.
— Bem feito! Exclamou o papagaio. Quem mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrada agora…
Vamos Conversar?