Il était une fois – Era uma vez

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5 de junho de 2017

Quem não gosta de ouvir uma boa história? Pois bem, se você é um grande ouvidor, digo leitor de histórias, teremos nosso momento “Era uma vez”. Vamos começar com um conto francês de La Fontaine, que relata a história de um cavalo que se achava esperto.Veremos também a versão brasileira feita por Monteiro Lobato.

O Asno e o cavalo – La Fontaine

Um asno, de passo tardo,
mal podendo suportar
o pesadíssimo fardo
que tinha de carregar,
pediu ao Cavalo:
– Amigo, podes dividir comigo
a carga que mal suporto?
Se assim continuar,
muito em breve estarei morto.
O Cavalo respondeu:
– Com isso pouco me importo.
Sem demora, o Asno morreu.
Então o dono dos dois
transferiu para o Cavalo
todos os sacos de arroz.
E foi assim que um esperto
acabou bancando o otário
e pagou um alto preço
porque não foi solidário.

O Burro e o Cavalo – Monteiro Lobato

O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo contente da vida, folgando com uma carga de quatro arrobas apenas, e o burro — coitado! Gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e disse:
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
— Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo
O burro gemeu:
— Egoísta, Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha.
O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.
Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.
— Bem feito! Exclamou o papagaio. Quem mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrada agora…

Vamos Conversar?