Para pensar sobre meninos e meninas no Brasil

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23 de janeiro de 2015

O QUE É SER MENINA NO BRASIL? – DESIGUALDADE DE GÊNERO DESDE A INFÂNCIA
[Postagem compartilhada no facebook, pela comunidade “O Roubo da Pitangueira”. Acessado por nós no dia 23/01/2015.]
Desde que a entrada da mulher no mercado de trabalho se consolidou, nos acostumamos a ouvir a expressão “jornada dupla”. Ela serve para explicar que a mulher trabalha fora de casa e quando volta ainda tem que realizar todas as tarefas de casa, diferentemente dos homens que, em geral, assumem bem menos atividades no lar. O que revela uma pesquisa inédita realizada pela Plan, organização internacional que atua na defesa de direitos da criança, é que essa jornada dupla feminina, no Brasil, começa já na infância.

Intitulado “Por ser menina no Brasil: crescendo entre direitos e violências”, o estudo ouviu 1.771 meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do país e constatou uma desigualdade gritante na distribuição de tarefas domésticas entre meninas e meninos. Para se ter uma ideia do tamanho desse abismo, 81,4% das meninas relataram que arrumam a própria cama, tarefa que só é executada por 11,6% dos irmãos meninos. 76,8% das meninas lavam a louça e 65,6% limpam a casa, enquanto apenas 12,5% dos irmãos lavam a louça e 11,4% limpam a casa. E a lista de atividades realizadas pelas meninas não para por aí, como mostra a tabela abaixo.

Os pesquisadores entrevistaram meninas matriculadas em escolas públicas e particulares, situadas no campo e na cidade. Assim, foi possível detectar a interferência de diferentes contextos sociais no cenário mapeado. Como exemplo, a pesquisa constatou que o trabalho doméstico das meninas é mais presente na zona rural (74,3% das meninas nas escolas rurais declararam limpar a casa) que no meio urbano (o percentual desce para 67,6% nas escolas públicas urbanas e para 46,6% nas escolas particulares urbanas).

Texto completo: [Via http://lab.oficinadeimagens.org.br/?p=4033]
[Esta reportagem foi publicada na quarta edição de Rolimã (página 36)]
Texto: Eliziane Lara
Fotografias: Bruno Vilela
Imagem: Oficina de Imagens

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