Eu estava sentada num banco, desses que ficam debaixo de uma árvore, em uma praça. E então ele apareceu: uma bola de pelos branca e cinza, com marcas pretas ao redor dos olhos (parecia um panda!). Um rabo bem felpudo e olhos lindos, com duas cores diferentes: um era azul, bem azul, como se fosse o mar, e o outro era amarelo, como se o sol brilhasse lá dentro. Gordinho, é verdade. Mas era o gatinho mais lindo que vi na minha vida.
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Desenho de Charles William Santiago |
“Miaaaau… Miiiiiiiiiiiiau…. Miauuuuu…”
Sorri! E ri muito, muito mesmo. Eita gatinho esperto! Viu que eu tava com tédio e veio me animar, o danado.
“Vamos pra casa, já está na hora.”
“Mãe, posso levar o gatinho?”
“Não, gato dá muito trabalho, e eu estou nervosa.”
“Mas mãe… olha que lindinho. Ele me fez rir, ta vendo? Ta vendo? Heim…? Por favor, por favooooooor!”
“Nada disso, menina! Você não me convence. Eu já disse, estou nervosa, e esse papo de gato ta ficando é muito chato, viu?”
“Mas mãe…”
“Nada disso! Animal faz muita sujeira, e quem vai limpar? Sou eu, é claro!”
“Mãe, eu prometo cuidar dele direitinho, por favor…”
“Não, e ponto final! Você não vai ficar com ele.”
É… eu já havia desistido. Mamãe é teimosa, não tem jeito. E depois sou eu a criança que não entende das coisas! E eu tinha de dar adeus pro gatinho, pro meu gatinho que parecia um panda, e que eu já amava. Mas então, ele foi pra mamãe e fez:
“Miaaaaaaau… Miiiiiiiiiau… Miauuuuuu…”
Esse gato é mesmo muito esperto! Acredita que a raiva da minha mãe passou assim, do nada? Isso nunca aconteceu antes! Ela não parava de sorrir praquele bichano. Viva!
“Você tinha razão, esse gato é especial. Podemos levá-lo para casa sim. Ele nos fará muito bem.”
“Sério, mãe? Verdade mesmo?”
“Sim, é verdade.”
“Verdade verdadeira, verdade meeeeeesmo?!”
“Sim, meu amor. Agora vamos.”
Eu não acredito!!! Esse gatinho esperto conseguiu um lar! O meu lar! Ah, mas nós vamos nos divertir muito, muito mesmo. Vamos correr, pular, brincar com uma bola de fios, comer, subir em árvores…
Ixi!!! Subir em árvores?! Mas gatos não conseguem descer de árvore! Coitadinho… ele vai miar muito, o pobrezinho… Já consigo até imaginar: ele vai miar três vezes, como fez comigo e com mamãe. Mas eu não vou sorrir e nem rir de tanto susto. Só vou conseguir pensar: Pobre do meu gatinho… Pobre do meu gatinho… Pobre do meu gatinho… =
Nota: Conto escrito por Malu Mayer no ano de 2016, inspirado na brincadeira “Pobre do meu gatinho”.
Hoooooooooounnnn…que fofura.legal.
Olá, Jhonsone,
Sim, essa história da Malu é bem legal!
Que bom você também ter gostado dela!
Abraços.
Oown, fico feliz que tenha gostado. Muito obrigada ❤